terça-feira, maio 18, 2004

Casais... unidades instáveis, recombinações... amor é palavra inaudita

Written as FREUD

Tenho esta regra de ouro: se num casal a mulher vier de saia, fico mais longe da mesa pra n lhe ver as pernas. Isto ao mesmo tempo q exigo q as minhas secretárias de ambos os consultórios ( Porto e Lisboa) usem saias um pouco acima do joelho, com duas rachas e com top sob fato em vinco profundo. Este desvio do fenómeno-fétiche é muito engraçado. Tem-se com a secretária aquilo de que nos abstemos na paciente, binómio escrava-mestra, algo de profundo, de intenso, obscurecido nuns cantos... iluminado noutros...
E é complicada esta profissão. O facto de os casais virem ao terapeuta já a relação está em avançado estado de desegração é uma das coisas que mais dificulta chegar a bom porto. Normalmente tento apenas que a separação corra bem, sem turbilhações. O mais triste é a ausência de elementos identificativos entre o casal. Os casais conhecem-se muito pouco, têm pouco em comum, estão juntos por questões sociais e n emocionais profundas, e mais de metade dos paceintes respondem " casámos pq já namorávamos à muito". Usando aqui um pouco de PIMPO, mas que puta de resposta de se dar. Mas lá está, casar é cada vez mais um exercício social. Vai-se À Igreja quando nunca se foi, está-se com pessoas com quem n se estava quase nada há meses, a família mais distante aparece, junta-se dinheiro pra pagar a casa... enfim... muito pouco encantados estes contos. Amor é normalmente uma palavra proibida quando os casais falam dos seus probs. Ora pq estão em momento de n-amor ora pq estão tão desiludidos que usar essa palavra só lhes serve pra lembrar toda uma filigrana de hipóteses q podiam ter sucedido mas n se deram... enfim...