Putedo de rua e a sua lenta e eterna agonia. Ode do chulo de hotel feita de dentro do seu MERCEDES
Writen as PIMPO
Na última missiva que partilhei convosco referi que a auto-organização de uma classe era função determinante para a sua aceitação pela sociedade. O controlo realizado pelos chulos nos hotéis portugueses tem trazido vantagens enormes à classe e aos seus membros. O que deixa a questão leviana (e nesta profissão é quase tudo leviano) de tentarmos perceber se este tipo de dinâmica se aplica aos chulos de rua. Desde as primeiras linhas neste local de salutar troca de ideias expliquei as diferenças amiúdes entre um chulo de rua e um chulo refinado de hotel e as inenarráveis dissemelhanças entre ambos. O chulo de rua está dependente da passagem do cliente no local, vive de uma puta que obtém rendimentos escassos e portanto interessa-lhe que ela foda com o máximo de clientes. Ora este chulo não domina o acesso da puta ao circuito de distribuição e pouco mais lhe pode oferecer do que a segurança dos seus músculos (ou mais habitualmente, banhas) em troca do dinheiro dela, ganho arduamente com pessoas de gosto totalmente grosseiro, o que portanto a irá tornar mais ciosa do dinheiro e obrigará o dito chulo a maiores “intervenções” físicas no fácies da puta, que destruirá completamente a base de confiança entre ambos. A puta mostrar-se-á mais e mais relutante em entregar o rendimento, o chulo terá uma fonte de rendimento in
certa que verterá cada vez mais a conta-gotas o seu contributo para o bem-estar do chulo. É assim claro para mim que o chuledo de rua não pode ter nada a ver, por definição intrínseca do seu funcionamento, com o chuledo de luxo em bordel ou hotel. Podemos dizer que são equivalentes na actividade mas totalmente diferentes nos requisitos para o exercício das mesmas. A naturalidade com que o chulo de hotel se apresenta em ambientes de luxo e neles exercesse o seu mister permite-lhe acrescentar um valor muito para além do desejo sexual dos clientes. Ao que o cliente paga tem direitos muito mais abrangentes do que aqueles do cliente do chulo de rua. A preparação para o acto sexual é fundamentalmente estruturada para o serviço do cliente e não para a rapidez do serviço. Em termos puramente económicos, o valor acrescentado da foda com um cliente de classe social superior permite negligenciar o nro de clientes de forma mais altaneira. Igualmente, o maior rendimento per foda irá disponibilizar a puta para turnos mais longos, e para uma relação muito mais positiva com o seu chulo. Atentem no seguinte: o chulo de rua não é um verdadeiro chulo mas sim um delinquente cuja falta de escrúpulos o leva a se aproveitar do desespero de mulheres de classe igualmente baixa. O chulo de hotel não tem este tipo de relação com a sua puta. Ela enriquece, obtém independência e vil metal bastante para aos 30 anos estar colocada dentro da sociedade de forma perfeitamente independente de constrangimentos. Não terá nenhuma criança a seu cargo no fim do seu período como prostituta, terá da parte do Chulo apoio e até incentivo a deixar a vida (na exacta medida do nro de clientes que começarem a não colocar a menina como “primeira escolha” ou a não lhe darem extras). O acordo entre a puta e o chulo é estável, sendo contratualizado em 50% do valor do serviço geral. Todos os extras tendem para a puta e o chulo não mais irá fazer do que “molhar o bico” através da cobrança de “permanência” da puta num determinado hotel, dado que são numerosos os gastos do chulo em garantir que é ele e as suas meninas que são sempre chamadas para os “serviços”. Ora esta estabilidade permite uma concentração em objectivos positivos e não em agressividades várias e sem horizonte lucrativo À vista. De facto, eu sou um sócio das minhas putas e elas são, sem dúvida, a principal fonte que tenho de rendimento e portanto faço tudo por elas. Esta correspondência de interesses, esta ideia de mútua assistência é fundamental para compreendermos a forma como a puta de rua precisa SEMPRE de chulo, nem que seja para a proteger do CHULO ANTERIOR. Este contracenso é originário de imensas ineficácias na responsabilidade em trazer sucesso à parceria e é um dos principais motivos pelos quais a prostituta na rua, ela própria, muitas vezes tenta deixar de ser prostituta, algo impensável para as minhas meninas, que se os anos não lhes pesassem na cona, cu e mamas, certamente seriam eternamente putas… e eternamente felizes como nos contos, sendo eu aqui, obviamente, o príncipe ; ))))))))))
<< Home