segunda-feira, junho 28, 2004

"Caldeirada machista" ou pra quando "A vinda da Cherna!"

Written as FREUD


Recentemente um machista qualquer usou do seu entrincheiramento na Ordem dos médicos pra defender quotas para homens no acesso a Medicina. Não sei se o filho deste bastardo ficou por entrar em medicina desonrando assim os pergaminhos da família, mas pra alguém licenciado nos Estados Unidos da América mete-me bastante impressão que uma hipótese tão absurda seja ainda meditativamente ponderada por alguém de tão elevada responsabilidade dentro da hierarquia hipocrateniana, mesmo que seja uma pessoa claramente com disfunções ao nível das funções cerebrais e com urgente necessidade de ser compulsivamente lobotomizada. Claro que isto parecem medidas drásticas mas o progresso civilizacional não se compadece destes mentecaptos. A luta das mulheres por uma igualdade tantas vezes menosprezada, o combate das mulheres pra obterem justiça pró seu trabalho, prá sua inteligência, prá sua produtividade e papéis emergentes na sociedade não se compadece com indivíduos desta índole. Mesmo hoje em dia, é com grande dificuldade que as mulheres tomam a iniciativa dentro das relações, muitas vezes o homem tomamdo todas as decisões face a saídas, face a casar ou não casar e muitas mulheres ainda acham que é apenas suas responsabildiade responder sim ou não. Claro que depois são as mulheres a acabarem grande parte dos namoros e grande parte dos casamentos, mesmo que no papel fique que foi de comum acordo ( muitas vezes os homens só cedem e têm este comportamento civilizado porque não querem que os juízes lhes cerceiem ainda mais os direitos de visita).
Ou seja... vamos ao verdadeiro problema. As mulheres revelam-se cada vez a base da sociedade, e isto está a afectar a longo prazo as elites. Se cada vez mais mulheres acabam os seus cursos nos lugares de topo, se cada vez mais mulheres ocupam cargos de direcção é NATURAL que mais cedo ou mais tarde as elites serão predominantemente femininas, como acontece hoje em dia nos países escandinavos. Ou seja, ao fim de 5000 anos de domínio de sociedade patriercais está-se a preparar o regresso das mulheres ao topo do domínio do mundo, um mundo onde habita o Homem ( expressão absolutamente sem sentido biológico dado que todos os embriões são mulheres, as alterações hormonais no útero é que tornam alguns desses embriões homens), onde o Homem faz as guerras, onde o Homem passa fome, mas estranhamente nunca são fotos de homens a mostrar a fome africana, são sempre mães... e mães com crianças no regaço. Quando queremos mostrar eficiência, quando queremos mostrar excelência lá está o homem de bata, o homem agarrado ao portátil no banco de classe executiva da Brithish Arways. E claro, os políticos são homens, claro, porque a política é um exercício de patrocínio geracional e enquanto as primeiras gerações políticas de mulheres não apadrinharem novas gerações então como gerar elementos políticos femininos? De reprar que os políticos do Governo de Guterres estavam ligados por laços de amizade, o que demonstra o facto de grande parte dos homens não terem amizades com mulheres, ou seja, daí que quando umcherne vá pró Governo não convida enguias, nem maragotas, nem sardinhas. Convida sim o colega de copos bacalhau, o atrevido congro, o excelente salmonete, o sabedor linguado e coisas assim...
Ou seja... o que assistimos neste momento é a uma última e final contra-revolução de poderes instalados, cilindrados a nível geracional e social, um estretor que se fará com maior ou menos eco, mas que não deixará de ficar marcado pela anedota, pela peixeirada : )

No Japão a situação é muito mais explosiva. A passagem das mulheres pró poder foi tão violenta que a própria sociedade apresenta sinais de cisão. Há 10 anos era com curiosidade que se via rapazes de saia, grupos de Aikodoshiros (miúdos-mulher) a fazerem raides de compras nos estabelecimentos comerciais de Tóquio ou Kawasaki. Hoje a viverem os seus casamentos, estes jovens deixam prá mulher todas as decisões possíveis e imaginárias e até já se vê mulheres estrangeiras a anunciarem a típica bebida escocesa tão apreciada no Império do Sol Nascente pois são as mulheres que escolhem e consomem em maior parte a bebida lá em casa. E nem o Imperador teve coragem pra se separar da sua mulher que lhe deu um herdeiro, como faria em tempos passados, quando ela entrou em depressão, tais as pressões da sociedade nipónica. No Japão as mulheres ocuparam de cima abaixo a quase exclusividade dos cargos empresarias não-herdáveis e estão a chegar ao topo da carreira médica ( neste momento surge pela primeira vez um movimento organizado de mulheres médicas que denunciam que a proibição da pílula só está em vigor por causa dos chorudos ganhos que muitos médicos fazem com clínicas semi-legais de abortos). Em Portugal ainda não vi surgir nenhum movimento desse tipo. Milhares de médicas todos os dias são coniventes com clínicas abortivas de colegas homens e mulheres. Mas pronto... tivemos a primeira mulher-corrupta, já é um começo. Bem haja Fátima Felgueiras pela tua originalidade :)

Então, como lidar com este movimento fortíssimo, em que as mulheres continuam a impor uma horrível igualdade aos homens?
Parece óbvio... os homens estão cada vez mais condenados a mudarem, e talvez isto seja a chave pró fim de todas as guerras, pois as mulheres estão a igualizarem-se aos homens mantendo-se iguais a elas próprias. À medida que executivos femininos tomam conta dos cargos de direcção no Canadá os níveis de absentismos diminuem, as taxas de consomo de alcool descem, os escândalos empresariais vão-se encolhendo... enfim... parece que a revolução afinal vai ser transmitida na televisão, e metade do auditório não está a gostar muito!