quarta-feira, maio 26, 2004

Ficar... depois partir... ficar noutro sítio... e pensar em voltar... ou não...

Written as FREUD


Se todos somos ilhas... somos as ilhas com o melhor sistema de comunicação do mundo ; ) movemo-nos pra entregar emoções umas ás outras, vivemos em ilhas ainda maiores e mais constantes que os nossos própríos sentimentos. E temos a capacidade de simplesmente, fechando a boca, os olhos e os ouvidos, separarmo-nos de todo o restante sem-fim de ilhas. Temos formas de priveligiar trocas comerciais com outras ilhas ( amizade) e formas de rapidamente repôr distâncias ( hoje em dia através do n-contacto por telemóvel). Neste contexto... e no meio de toda esta liberdade geográfica, pode-nos ser exigida pela sociedade qq coisa semelhante a coerência?
Tenho discutido esta questão pouco pq o interlocutor normalmente acaba enredado nas suas próprias gestões alfandegárias e fronteiriças... Mas preciso urgentemente de falar a sério com alguém sobre isso, sobre a necessidade que temos de ser "coerentes", mesmo que de um ponto de vista intrincadamente ilógico e totalmente sem sentido. Em teoria somos livres de falar com quem quisermos, atendermos quem quisermos, permitir a entrada a quem quisermos no nosso domicílio e no domicílio da nossa vida. MAs o problema é q quando alguém sai nunca "sai" de verdade. Em momentos diferentes a memória de certas situações é realçada de formas antagónicas e o que hoje parece bom motivo pra deixarmos o tele tocar e tocar amanhã parece uma boa ideia fundadora pra ligarmos nós pra essa pessoa. Tudo depende acima de tudo do factor "solidão" e do factor "desilusão". O factor solidão vem do facto de ao estarmos sozinhos qq pessoa com quem já passámos um único e singular bom momento nos parece melhor que tentar falar com qq pessoa com quem n passámos nenhum bom momento. O factor desilusão tem a ver com qq pessoa que nos parecia de acordo com os nossos princípios nos desilude e pensámos que aquela pessoa q n parecia adequada afinal tinha aspectos que nos fariam retornar. ISto nos homens acentua-se com a procura de uma parceira sexual pra uma noite, em que usam o passado como forma de assegurar um encontro presente, algo que está a ficar cada vez mais comum, como mostram as questões colocadas por homens solteiros na casa dos 35 que fruto do enorme nro de parceiras passadas quase conseguem, como o sol se alimenta de hidrogénio, alimentarem-se de mulheres uma e outra vez semana após semana ficando num enclave de ilhas desertas emocionalmente mas nas quais abunda a sistologia sexual e o jogo de atracção...

Prisioneiros... somos todos... ilhas prisioneiras das línguas de areia de movendo-se acima e abaixo de linha de água, vão permitindo ou n o contacto entre pessoas...