quinta-feira, agosto 12, 2004

no princípio era a puta... Mas a Puta n podia viver sem alguém que lhe protegesse o dinheiro que lhe pagavam e Deus criou o Chulo

Algumas pessoas dizem que no meu mais recente post acabei por não falar do mais importante, de onde é que os chulos saem, e me perdi em meditações operacionais, vulgo, gabar-me de ser melhor chulo que os outros. Como não quero passar essa imagem ( porque pra bom chulo meia puta a render basta) cá vai um pouco do perfil-tipo de um chulo de luxo. Frequentou a universidade, mas nessa altura já estava mais preocupado em montar as gajas nas cadeiras do que fazer as cadeiras propriamente. Adora um estilo de vida bem recheado de prazeres vários, não é muito extrovertido, daí que pareça aos homens uma pessoa dura e inflexível e ás mulheres um pobre coelhinho perdido. É pessoa responsável com o seu dinheiro, mas quando o tem em abundância tem mais tendência para o gastar do que para o poupar. Tem um grande apego ao pai, que normalmente tem uma empresa, e algum rancor À mãe, que normalmente acha que podia ter feito muito mais pela sua educação moral... tem uma certa dificuldade em ser contrariado, e tem uma grande capacidade organizativa e de lidar com o stress. Trabalha bem sobre pressão, se bem que não seja um team-player. Gosta de ser responsável pelas suas coisas...
Enfim... um chulo é acima de tudo alguém com um forte invólucro emocional e moral, alguém que consegue manipular o seu mundo e, tal como Moisés tirou água da pedra no deserto, ele saca dinheiro da puta no hotel. O começo é sempre pessoal, em que se aconselha, se fala, se diz. Normalmente o chulo não tem antecedentes criminais, mas há chulos que começaram bem por baixo, por vezes usaram o dinheiro de alguma pequena traficância pra fazer vir de Leste algumas meninas e sem escrupulos meteram-nas a trabalhar 24 h numa pensão sob pena de as devolver ao país de origem ou de castigar a sua família caso elas não trabalhassem como deve ser. Como diz o meu amigo e muito pouco escrupuloso colega Gaz “ uma gaja com filho é o melhor que há”, pois pemite pela visualização de castástrofes futuras no rebento fazer com que a puta se fixe no presente, sem rodeios, sem pensamentos secundários sobre se está a ser usada ou roubada. Mas muito poucos são os chulos que sobem de escalão ao longo da sua actividade, ou acima da organização “bordel”. Deixar a menina ir ao hotel, sozinha, e fazê-la voltar e entregar parte do dinheiro requer uma habilidade muito muito muito especial que ou se tem ou não se tem e não há promessa de pancada ou chantagem que faça uma menina de alta sociedade render se ela não quiser render. O bordel é a “casa dos tristes”, onde vai o homem de classe média sacar um broche e pouco mais, e ainda reclama do preço, pergunta se não pode fazer mais barato... enfim! É extremamente complicado lidar com estas situações e enriquecer com elas igualmente. E os bordéis de luxo já acabaram, pois quem pode pagar quer acima de tudo pagar a discrição, e não se pode ser discreto numa casa que a qualquer momento pode estar vigiada de jornalistas. Assim, o chulo de hotel está cada vez mais separado do chulo de bordel, e estes dois estão cada vez mais afastados do chulo de rua. Ou seja, os universos cada vez se tocam menos. Quanto ao chulo de hotel, ele tem de ser alguém calmo, bem apresentado, que se saiba vestir como toda a gente que está num hall de entrada, misto de cliente do hotel e de cliente do bar, sem permanecer aí muito tempo, saindo com frequência, bastante expedito nas saídas e entradas mesmo quando não tem meninas a trablahar ali naquele momento e anseia pelo primeiro cliente do dia. Em relação a isso, é outra coisa que o novato sofre. Anseia pela primeira chamada, tece conjunturas sobre todos os outros chulos que já entraram com meninas, e as suas são tão melhores... então porque é que não entram as dele? Muito importante é não importunar os outros irmãos se por acaso nos cruzarmos. Somos uma ordem com voto de silêncio até chamada em contrário. Um chulo mais novo ganha o direito de falar com os outros chulos no momento em que, por qualidade manifesta, por falta de putedo de outrém, ou porque pagou uma quantidade apreciável de Gorja ao recepcionista se torna num 3-100 num determinado hotel num período superior a uma semana. É o primeiro corolário, o primeiro triunfo, que depois parecerá insignificante face aos outros que se seguirão, mas que naquele momento é como o ultrapassar de uma barreira invisível e intransponível. Os outros chulos vão falar com ele... convidá-lo prá mesa... vão fazê-lo falar, saber quem são as suas damas, talvez pra tentar assustá-las, talvez pra tentar aliciá-las... enfim... mas vão-lhe dar um espaço. Aqui é importante mais uma vez não falar demais e ser respeitoso com quem já lá está, com quem já atingiu os patamares superiores. Mesmo quando naquela mesa já se é o chulo com mais meninas, é preciso ter a atitude inocente de qualquer jogador de Poker “ foi sorte, as minhas meninas é que merecem todo o crédito, eu não sou nada, muitas vezes é mais problemas que coisas boas”. Mostrar verdadeira humildade é como uma puta fngir bem o orgasmo. Toda a gente fica satisfeita e é mais provável que se consiga gorjeta... e grossa!