“Socialistas ao poder é pôr mais meio Portugal a foder”
Poderia ser este o nosso hino em relação à nova conjuntura do poder. Um governo socialista é sempre uma benesse para a nossa classe, já assim foi com António Guterres, e assim irá ser com José Sócrates. Este partido tem, além de um muito melhor gosto para escolher as meninas, uma perspectiva muito mais relativa da ocupação do chulo. Aliás, foi absurdo o conjunto de medidas tomadas na recta final pelo Governo de coligação, nomeadamente a avalização de operações de deportação de meninas ilegais. E foi aqui que pela primeira vez a união fez a força, num mundo como o nosso, marcado por tanto individualismo ao longo dos últimos 30 anos. Sabendo de antemão das operações em curso, um dos nossos colegas com laços mais estreitos com as forças da ordem (a filha dele fode regularmente um vice-director da Judite) alertou todo o grupo presente na nossa Primeira Conferência, eu e Tadeu Bastos, excelente exemplo de profissional da noite de Coimbra, tratámos de garantir os “empregos” para as jovens, desde cabeleireiras até manicures, passando por secretárias em part-time, operadoras de linhas eróticas e sabe-se lá que mais, tudo legal, e quando as operações se desenrolaram todas as meninas que trabalhavam nas casas de membros dos nossos Associados viram o seu estatuto de emigrante totalmente assegurado. Aliás, foi de facto uma grande surpresa para o SEF a organização com que o mundo do lenocídio (nós gostámos mais da palavra chulos que desta, mas que fazer?) lidou com esta rusga foi surpreendente. No dia a seguir ás prisões, todas as nossas operacionais estavam cá fora com um pedido de desculpas do Estado Português e a cona solta para dar no duro e no mole noite adentro. Os advogados estudaram a legislação e jurisprudência para trabalhar os aspectos legais daquelas a quem não foi possível arranjar emprego por claramente não terem aptidões para nenhuma profissão (o que acabou por ser bom, porque essas normalmente são as mais velhas e portanto já asseguraram ao chulo o retorno do investimento na plenitude) e assim, ao serem libertadas, ficaram muito mais ligadas ao chulo que as mantém aqui no país.
Já aqui foi dito muitas vezes, e volto a repetir. Uma puta não é apenas um número de fodas que correspondem a determinado saldo bancário para o chulo. Uma puta é uma mulher que, tanto a foder como num trabalho legítimo, corresponde a determinado saldo bancário para o chulo. Não devemos ter medo da legalização da nossa actividade, ela é que nos conduzirá verdadeiramente ao controlo das putas de baixa qualidade, doentes, que imperam nos circuitos de distribuição do putedo nacionais. Vejam a questão das putas de Leste. Durante anos andou-se a amarrar estas putas ás camas para serem abusadas por clientes de forma que se pode considerar, no mínimo, um pouco exagerada no contexto sexual. O que é que acontecia a essas putas quando caíam na mão da Judite? Apresavam-se a apontar os dedos acusadores aos antigos patrões, sabiam que iam ser reenviadas para casa e portanto o chulo português não as poderia prejudicar no país. Deixavam o testemunho por escrito e lá iam à vida delas, o chulo ficava com o negócio afectado por meses devido ao processo-crime. Ou seja, o chulo era visto como um opressor da mulher e portanto não tinha hipótese de lidar com ela numa perspectiva integracionista, ou seja, de integração na sociedade, procurava apenas sacar-lhe do corpo o dinheiro que achava que lhe era devido. Integrar a puta na sociedade permite a integração do chulo a médio prazo na sociedade. Como empregador, o chulo ganha um novo poder de iniciativa que lhe é vedado pelas espúrias leis anti-lenocídio em Portugal.