Os Chulos Tb Fazem Lobbiyng...
Um grupo de interesses, ou lobbie, tem fundamentalmente que representar uma classe com peso suficiente para que um acordo com as entidades regulativas resulte numa uniformização dos procedimentos. Foi assim que, na semana passada, se realizou num hotel de Lisboa a I Conferência de Fomentadores do Acompanhamento Social e Recreativo. Foi complicado organizar esta reunião magna, mas graças ao empenho pessoal de vários dos melhores chulos nacionais, conseguiu-se chegar a um consenso sobre a necessidade de se chegar a acordo sobre as necessidades fundamentais de uma classe que é marginalizada de forma vergonhosa em pleno Séc XXI. Os chulos espanhóis, como a maioria dos mercadores de cona da Europa, encontram-se a anos-luz de nós e esta reunião só pecou por tardia. Na reunião estiveram representados chulos de todas as condições, e o denominador comum a todos nós é basearmos a nossa actividade no fornecimento de plataformas intermodais de abastecimento dos principais estabelecimentos hoteleiros do país com gajedo de primeira. 5 chulos de casas de passe do Interior, de reputado gabarito, uniram-se ao nosso debate como observadores externos e trouxeram uma outra perspectiva da nossa actividade, e em vários momentos irromperam saudáveis palestras improvisadas sobre o velho debate entre “chulo com casa montada” ou “chulo de carro”.
É aqui fundamental perceber que este encontro teve de ser realizado na completa clandestinidade, e aqui não me canso de referir, meus caros amigos, a situação de pré-25 de Abril que se vive neste país no nosso sector. Como principais conferencistas, Gaz explicou numa fantasticamente ilustrada palesta as rotas mais significativas de obtenção de mão de obra estrangeira de Leste, mostrando que este mercado está ainda em franca expansão, e que não será para breve que essa expansão irá parar, dado que as rusgas realizadas o ano passado privaram muitos dos nossos de mão-de-obra que entretanto se tinha tornado altamente qualificada e do agrado dos portugueses.
Eu próprio fiz uma apresentação de foro mais psicológico, apresentando as vantagens de um interface masculino com o cliente e da adequação entre as nossas palavras aos descrever a menina e a menina em si. Além disso, foi visível a surpresa de grande parte do auditório relativamente ao facto de grande parte da minha actividade estar legalizada, através de empresas ligadas parcialmente ao serviço de acompanhamento, serviços directos que ao serem colocados dentro da esfera do serviço geral de acompanhamento se tornam altamente rentáveis.
Pirra G fez uma apresentação bastante elucidativa dos problemas em lidar com putas brasileiras, e de como a altíssima independência destas face ao chulo pode ser a ruína de um chulo com mão mais leve. Aliás, ficou claro entre nós tratar desta questão a nível sectorial, existindo um acordo não formal para que não se apoie a importação de putas brasileiras de cor, até porque os clientes de tipo Elite requerem preferencialmente meninas de tez branca.
Arnaldo Mota trouxe-nos, de forma sucinta, mas não menos interessante, um texto em que referia os grandes problemas de custos com a polícia, nomeadamente o suborno. Esta questão é bastante complexa, aliás. O suborno é causa comum entre nós e fundamentalmente aceitámos isso como quem aceita a chuva a cair. Mas há medida que partes cada vez maiores das nossas actividades vão sendo legalizadas e portanto são tributadas, não deixa de emergir um sentimento de injustiça face à polícia, especialmente nos chulos com casa montada, em que o estado estacionário do seu negócio não lhes permite grandes medidas de prevenção do suborno. Além disso, foi constante em toda a intervenção de A. Mota a questão das rusgas, mesmo com suborno. Ora isto acontece devido ao facto de grande parte das rusgas que não podem ser evitadas por via de subornos são aquelas realizadas por via de inspectores do SEF, muitos dos quais quadros da PJ, o que dificulta a comunicação com eles via PSP ou GNR. Assim, a inutilidade do suborno preventivo em estabelecimentos que utilizam mão de obra estrangeira de países extra-espaço europeu faz-nos pensar mais uma vez numa cruzada pela legalização de estrangeiros através das diversas actividades legais que os “Chulos de carro” têm como sectores secundários do negócio. Até meados deste ano prevê-se que metade das meninas apresentadas À Comissão Executiva estejam já inscritas na Segurança Social e assim se possa evitar a sua deportação. Assim, e graças a Arnaldo Mota, surgiu a primeira plataforma de entendimento que visa unir uma classe extremamente desunida por natureza dada a ilegalidade a que estamos votados pela sociedade.
A questão dos preçários foi debatida, mas sem dramatismos. O preço é fundamentalmente uma questão de funcionamento. O chulo que tem a sua actividade principal estipulada sob fortes princípios éticos não cobra mais do que 30% à puta, e garante-lhe um anonimato completo, fomentando além disso a sua integração na sociedade de forma plena. Só assim se justifica os tempos de actividade apresentados pelos Organizadores do encontro, todos “chulos de carro” e todos com tempos de permanência da puta de 3 anos, muito mais do que os chulos de casa montade, que por vezes não conseguem manter a puta em actividade mais do que 6 meses, e isto de forma intermitente.
Além disso, ficou claro que a discussão de preenchimento de horários não deve ser meramente orientada na direcção da puta foder com o máximo número de clientes mas entre criar um equilíbrio entre o nro de fodas médio e o tempo que a puta passa a trabalhara para o chulo. Aliás, ficou estipulado entre todos os “chulos” de carro presentes o estudo desta curva em termos estatísticos de distribuição por forma a que se chegue a um entendimento sobre uma optimização do trabalho dos chulos dentro dos hotéis de luxo, fazendo com que, ao não sobrecarregar a puta, se consiga que ela passe mais tempo a disfrutar dos tais serviços alternos que são igualmente fontes de rendimento. Aliás, o conceito de eleição de um core business foi amplamente discutido, porém, será necessário a cada chulo fazer o levantamento destas questões no seu próprio terreno, sendo necessário ir mais longe do que a procura de soluções de curto prazo como a agenda semanal de resposta ou a mera distribuição automática de prostitutas pelas casas de passe.
Tendo presente a necessidade de actualização, foram oferecidos aos chulos mais desactualizados computadores portáteis com software de gestão de hotelaria, como forma de cálculo simples dos ganhos.
Financeiramente, foram discutidas questões ligadas ao off-shore e à necessidade de criar uma cooperativa de gestão, parte da comissão ou sua subsidiária, que determine os melhores caminhos a seguir neste particular da gestão dos ganhos e obtenção de recursos para investimento. Se por um lado é fácil justificar empréstimos à banca baseadas nas nossas propriedades imobiliárias, por outro lado o pedido destes empréstimos pode desencadear processo averiguatórios sobre as condições de aquisição dos mesmos, afectando assim, de forma directa, a credibilidade dos mesmos. Além disso, a forma de re-integração dos lucros provindos do Core-business no circuito normal de rotina dos capitais por vezes revela-se complexa, dada a necessidade de intervir de forma directa em questões contratuais… aliás… trata-se de tentar perceber que tipo de condições são as melhores para os nossos investimentos, pois reinvestir directamente nas nossas actividade centrais pode ser um risco acrescido de funcionamento… mas isto serão obviamente questões para futuras reuniões.
Além disso, ficou claro que as idade de actividade são determinantes, com uma nova geração empreendedora a tudo fazer para funcionar dentro da legalidade, enquanto que uma outra geração mais velha aceita essa legalidade e as constantes rugas quase com naturalidade, apesar das enormes perdas de rendimento que estas implicam. Estando mais próximos da marginalidade, estes chulos complementam com actividades profundamente ilegais as sãs actividades de prostituição, cumprindo muitas vezes penas de prisão ligadas a estes crimes. Esta questão será discutida em futuras reuniões, pois se queremos dignificar uma classe, teremos de ter uma abordagem empresarial à nossa actividade.
E pronto, foi este o resumo da acta da I Conferência de Fomentadores do Acompanhamento Social e Recreativo. Espera-se para meados de Abril um encontro de trabalho relativo a questões pendentes de legalização de putedo e centralização da reparação de viaturas para “chulos de carro”. Vamos lutar pelo nosso direito a chular dentro da lei.