sexta-feira, julho 16, 2004

As putas em Portugal são como Cristo em Nazaré: só são bem vistas lá fora

Writen as PIMPO

(momento profundo de meditação vertido após o Portugal-Holanda)

De um ponto de vista internacional, Portugal é uma espécie de Intendente da Europa e Marrocos do mundo. Ou seja, as melhores Damas da Europa passam por Portugal a caminho de outros país mais restritivos a nível de controlo de estrangeiros, como as organizações da Galiza, que recrutam tudo o que é venezuelana, boliviana, brasileira e colombiana com traseiros salientes e mamas extraordinárias... Também muito putedo experiente vem ás nossas casas centenárias, pra acabar a sua vida em beleza ( com marido velho rico, leia-se). Assim, somos um país com uma baixa taxa de fixação de putedo de qualidade. Digo isto apoiado na pesquisa anual editada por mim e 5 amigos meus da região dos hotéis de luxo do Algarve. Trata-se de um e-mail onde trocámos os nossos dados de forma sincera e franca, procurando em conjunto dar uma imagem correcta dessa mina de ouro veraneante que é o Sul de Portugal. Todos os anos há tendências, todos os anos há certo tipo de pedidos que predominam e é através dessas estatísticas que nós chulos conseguimos ter o produto mais requisitado, cada um na sua categoria como é evidente. Fico triste pelo nosso sucesso durante esta campanha para o Euro não estar a receber o reconhecimento devido. Hoje durante a leitura de vários jornais estrangeiros vi nas primeiras páginas a minha profissão apreciada e em Portugal nenhum jornal se dedica a valorizar o nosso metier. Por exemplo: na capa do Zeitung diz-se “ A melhor cerveja e os mehores bordéis do mundo”. No News of The World está estampado “ Meninas portuguesas dão a volta aos nossos apoiantes e fazem-nos ficar pra apoiar a selecção anfitriã”. No Sydney Herald sou confortado com esta boa nova “ Portugal dá nova dimensão ao Euro com prostituição de luxo a evidenciar-se”. Ou seja, só mesmo por estas bandas é que não se valoriza a qualidade do nosso trabalho. Meninas a horas, que não recusam nenhum serviço, de idade quase ilegal mas toda a maturidade que lhes permite mesmo satisfazer o mais exigente cliente em sexo anal, ou 3 clientes dispostos a pagar 2000 euros por uma orgia durante a noite... enfim... este trabalho que está por trás de preparação da menina, os cursos de inglês que as minhas meninas planejadas pra irem pró Algarve recebem pra poderem entenderem-se com os clientes de forma natural ou irem com eles pra locais públicos, tudo isso passa despercebido na cobertura mediática do torneio...
Escrevo isto com tristeza genuína, sendo um patriota custa-me ver a minha actividade marginalizada no meu próprio país e adulada lá fora. Até agora tive 12 meninas que acompanharam estrangeiros até ao seu país natal com ganhos pra ambas as partes ( eu, elas, eu e o cliente) tal a loucura que lhes provocaram na cama e a boa impressão que lhes deixaram. ( Claro que pouco ganho depois das primeiras noites e a menina obtém joias e um guarda-roupa novo mas é sempre uma honra deixar uma lança na Alemanha, na Inglaterra, em Espanha). Ou seja... esta minha aposta no produto nacional é plenamente justificada em virtude dos resultados. Como dizia no princípio desta reflexão, é difícil fixar o verdadeiro putedo-elite, mas é verdade que tirando o Algarve no Verão e Lisboa todo o ano em 2 ou 3 hotéis também não temos o cliente-elite que atrai esse putedo. O cliente que se gostar da menina a leva em avião privativo pra uma casa passar 15 dias de loucura, ou levá-la no seu iate... as putas são sonhadoras, o chulo é o fio-de-prumo da realidade.
Ou seja... é com naturalidade que vejo as minhas meninas partirem. Talvez um dia voltem, quando as luzes de Las Vegas ou Bruxelas deixarem de ser tão atraentes e o seu velho chulo parecer a única pedra a que se podem agarrar neste mundo controverso das call-girls. Os negócios com o estrangeiro são fundamentais na região do Algarve e Casino do Estoril. O jogo atrai muito cliente de alto gabarito e as minhas incursões a Monte Carlo e ao Mónaco ( acompanhando grupos de industriais portugueses e em parceria com chulos locais) deixam-me sempre com menos 2 ou 3 meninas. Mas é essa penetração no mercado internacional, a forma como o cliente vai falar das meninas aos seus amigos, da sua jovialidade, da sua informalidade na hora de engolir esperma e a sua formalidade na hora de ir jantar a um restaurante de luxo que a longo prazo caracterizam esta profissão. Vejam bem, não estou a falar de 1 ou 2 anos no futuro. Estou a falar de 5 ou 6 anos, quando os amigos do senhor Tal se hospedam em determinado Hotel porque as “meninas do Senhor Pimpo” estão lá, porque elas andam por lá... ou seja... com esta minha abordagem ganhamos todos nesta classe. Daí que eu insista com os meus irmãos “ ensinem as vossas putas, deiem-lhes boas condições de trabalho, um apartamento só delas em vez de um quarto, façam-nas sentirem-se bem aqui, mesmo que elas estejam de passagem para Espanha, enquanto estiverem aqui façam-nas sentirem-se felizes por estarem a trabalhar com um chulo português, façam-nas sentir que é bom estar aqui a aparoveitar o nosso sol, sejam chulos mas sejam companheiros, não abusem nas margens, não exultem quando uma puta se começa a drogar, pois a droga da puta vai acabar por ser a droga do paciente, vai acabar por ser problema do chulo, pois o chulo é SEMPRE responsável por TUDO o que acontece à menina no Hotel. Daí que as meninas sejam por mim acompanhadas quando vão prás primeiras vezes a um hotel por mim até à porta. O cliente abre, saúdo-o ( normalmente um velho cliente que gastou mais de 10.000 com as minhas meninas) e entrego-lhe a menina com simpatia e afabilidade. E a menina logo ali sente-se protegida e responsável, porque a “imagem de marca está dada”, ela sabe que o cliente confia em mim, e também terá de dali a 5m confiar nela quando ela dizer que ele é mesmo bom na cama, ele é uma boa foda e os 10m em que ele se agitou em cima dela foram os melhores da vida da menina...
Sejámos pois claros. O nosso país tem potencial, e muito. Somos um país que pode em muito desenvolver a sua actividade e expandir os seus interesses, podemos daqui a poucos anos ter uma trademark putística como as Romenas conseguiram com mulheres esguias, misteriosas e desinteressadas no sexo pra longas e simpáticas conversas. A puta romena ganhou o seu espaço no mundo, e hoje em dia é requisita a pedido por entre as dezenas de nacionalidades eslavas disponíveis. Ora isto foi um grande investimento dos seus chulos nacionais, particularmente Oleg Ibraimovitscky. A forma como ele apostou no negócio de vistos de turismo em acordo com as máfias russas na América, na Inglaterra e na França foi determinante pró sucesso destas meninas por todo o mundo. A puta romena fica num espaço em que convive com os seus, espécie de residÊncia universitária, tem apoio total da parte dos seus locais, recebe uma pencentagem elevada da qual se tira um valor exorbitante pelo alojamento e o seu visto quando caduca é emitido no país natal um mandato de captura. A menina fica assim em eterna dívida ao chulo, que se mostra afável pra resolver o problema da menina. Este esquema, experimentado pela primeira vez logo após a queda do Muro de Berlim e que rapidamente saciou a sede de putedo eslavo que grassava por todo o mundo, aquela mulher blasé impávida enquanto é comida por 4 negros dos filmes porno da produtora Wicked Movies e protagonizados por Lex e Sean Michaels chegou assim de forma regular e constante e quase sem atritos a todo o mundo com custos baixíssimos pró chulo e lucros altíssimos pra ele. Pena que o criador do conceito tenha sido morto, como tantos de nós, nessa passagem fulcral que todos mais cedo ou mais tarde tentamos dar, num negócio de droga mal combinado. Ainda hoje se discute o que se terá passado com Oleg, se terá sido uma denúncia, se terá sido falta de pagamento, se terá sido uma armadilha prás máfias russas o substituirem como exportador pelo seu suserano e muito menos capaz discípulo Mondrievstoy. Ainda hoje não sabemos, e provavelmente ficaremos sem saber pra todo o sempre. No nosso mundo as notícias são assim... correm depressa, mas nunca se sabe a sua veracidade...

segunda-feira, julho 12, 2004

O Teenager, a maçã envenenada, o relógio, o seu tic tac e as pastilhas pró hálito do mesmo nome: Inutilidade do terapeuta face ao adolescente rebelde

Written as FREUD


Falo pouco de adolescentes nas minhas meditações... não que não tenha que dizer... mas porque se calhar como qualquer adulto ( e ainda pior, como adulto jovem) não acho os seus problemas tão importantes assim. Uma jovem que está nervosíssima por estar com o namorado, que se acha sem graça quando é imensamente espirituosa e atrante, um rapaz que é violento com os colegas como forma de se proteger das agressões que eles pudessem ter, coisas assim.
Além disso... pelos mails e comments que tenho recibido, a grande maioria das pessoas que lêm os posts que me pertencem neste blogue têm entre 25 e 40 anos, portanto já têm idade pra ter juízo : )
Mas de facto os adolescentes estão em alta nos consultório um pouco por todo o país. Um pouco como no Post “ Revolta dos McPacientes inertes...”, chegam calados e sentem-se perfeitamente à vontade se sairem mudos do consultório. Os métodos de provocação de palavras têm de ser cuidadosos, pois o adolescentes pode perfeitamente explodir pra fora da sessão queixando-se ao pais da suposta abordagem menos correcta do terapeuta, e isso era tramadito pra nós, presos entre a necessidade de ajudar, a provocação pra iniciar a terapia e a distorção do contéudo. Isto já pra não falar dos pais que tentam por todos os meios sacarem-nos informação relativamente ás sessões dos filhos, quando não nos sugerem mesmo que gravemos as sessões pra lhes entregarmos as cassetes. Regra geral ( e particular já agora), sou contra terapia psicanalítica em adolescentes. A forma profundamente reflexiva deste tipo de abordagem pode fazer com que o adolescente, numa atitude de auto-culpabilização, descambe em atitude ainda mais sofredoras em relação ao mundo, em particular o mundo dos pais, um mundo onde ele se sente mal, desconfortável, e claro, eles estão-me a pagar um terapeuta porque se sentem culpados, e eu vou-lhes sacar aquelas calças, ai vou vou...
Não nos iludámos: os adolescentes que fazem terapia continuada são filhos das classes A e AB, vivem numa grande disponibilidade de meios e actividades, e normalmente são aquelas crianças que respondem à pergunta “ O que é que queres no –Natal” com um lacónico, sardónico e salomónico “Não quero nada” pois são jovens com elevados índices de satisfação material, criatividade, concentração, inteligÊncia natural ou estimulada e dividem-se em relação aos pais em duas enormes categorias: afiliados e desafiliados. Ou têm fortes laços com os pais ou não os têm. Em relação aos pais nesta fase não há meio-termo. Ou são um braço amigo ou uns cotas sem graça, ou são um apoio prós momentos maus ou o obstáculo mais obstinado ao adolescente alcançar a felicidade plena. Estes grande grupos definem também o tipo de problemas com o mundo, pois nesta rivalidade/aceitação dos pais joga-se o tempo que sobra pra arranjar problemas com o mundo. Outra coisa que os adolescentes detestam muito mais que todos os outros pacientes é a ideia de “norma”. Enquanto que grande parte dos pacientes se sente feliz por fazer parte de uma qualquer média, por isso enquadrar também uma terapia precisa, os adolescentes detestam ser catalogados, as suas fobias e medos enquadrados, porque isso determina que a solução vai ser geral, e se vai geral não vai ser pra eles e isto é simples como água, uma confrontação pura e certeira e sobre a qual o terapeuta não tem razão. Ainda dentro dos tais grupos que os adolescentes detestam ser enquadrados, há dois tipos idênticos. Os que são hostis e os que são docéis. Isto não tem nada a ver com o resultado da terapia, tem apenas a ver com a atitude inicial, a forma como respondem, que normalmente se traduz na forma ou igual ao que fazem com o resto do mundo, ou, porque a ideia é “não deixar o gajo conhecer mesmo o que que penso” totalmente oposta ao seu raciocínio do dia a dia.
O grande problema deste tipo de terapia é que, enquanto que um adulto estar sentado na nossa mesa já é pelo menos assumir que qualquer coisa está mal, o adolescente normalmente diz que qualquer coisa está mal COM OS PAIS, não com ele! Ele é vítima de uma aprisionamento abusivo, de uma coerção a chegar ali, sentar-se com uma pessoa que mal conhece e revelar tudo o que está no seu diário e que não foi confessado a mais ninguém. E isto só porque os pais ESTÃO A PAGAR. “Então o tipo que me faça soar, que mostre que sabe ler a mente, que me apanhe em falso, mas que seja simpático, senão eu digo aos meus pais que não vou mais e pronto! Acaba-se com isto! Deixem-me em paz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

Outro problema cada vez mais corrente ( e que resulta tanto da minha juventude como do meu sucesso) é ter mais e mais pacientes que já passaram por 2 ou 3 três terapeutas. Ora isto é pior, porque já há uma vulgarização do que se vai para ali fazer. “Eu já falei disto com os outros todos, mas a minha mãe diz-me que me faz bem e até me porto melhor e tal e pronto”. Pelo sucesso dos meus colegas eu diria que o acontece em Portugal é que os meus colegas não têm mais sucesso do que alguém que se cruze num autocarro com os pacientes e fale com eles. É a ideia-base de descarregar, descarregar pra não rebentar, mas sem fazer nada quanto À avaria do mecanismo de abastecimento da cisterna. Daí que eu não veja no quadro traçado pelos meus 3 colegas anteriores melhorias sistemáticas. E isto ainda é mais problemático se pensarmos que não existe em Portugal uma cultura de responsabilização dos terapeutas por resultados obtidos. Regra geral a desculpa do terapeuta é de que “foi muito difícil”. Mas isso é desculpa pra alguém? Isso explica alguma coisa? Isso é palavra que justifique as pequenas fortunas que cobrámos? Não me parece...

E pronto Marta, abordei os adolescentes, estás contentinha? Jokinhas Fofa e agora quero-te ver a falares de terapeutas no teu blogue!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Um abraço pra todos e boa entrada em depressão agora que o EURO acabou ; )